Santa Cruz do Monte Castelo, no
Paraná, é a primeira cidade do Brasil a aprovar uma lei contra a doutrinação
ideológica nas escolas. Mas Foz do Iguaçu caminha na contramão. Conheça a
triste realidade da Unila na visão dos próprios professores.
O interesse político fica claro
no projeto pedagógico da Unila. Lá, diz que a Filosofia deve “assumir uma
função de comprometimento e liderança com a geopolítica da América Latina e
Caribe”. O leitor mais atento percebe que o discurso e a área de abrangência
são os mesmos do Foro de São Paulo.
Um professor que pediu para não
ser identificado diz que todo aluno é obrigado a frequentar o ciclo comum de
estudos. Nele, há 150 horas de Fundamentos de América Latina que aborda a
Revolução Cubana, passa pela Investida Neoliberal na América Latina e chega até
os Governos do Século XXI.
Porém, há outras matérias
chamadas de doutrinação pelos professores: Teoria feminista e questão de
gênero, Teologia da libertação, Luta pela reforma agrária e Pedagogia do
oprimido, por exemplo. “Elas sobrecarregam alunos de exatas, pois esse conteúdo
não está nas diretrizes curriculares (documento base para a criação de um
curso)”, constata o docente.
Tão perverso quanto lobotomizar
jovens incapazes de perceber que são massa de manobra é aliciar professores
para essa missão. E quem não obedece, sofre na própria pele.
Um dos professores da Unila que
não se enquadra na proposta ideológica da universidade desabafa: “nosso grupo é
sério e não tem ‘vermelhinhos', por isso, somos massacrados!"
Ele diz estar “cansado de levar
porrada” e acusa o grupo de docentes de Fundamentos da América Latina, ligados
ao ex-presidente Lula, de subverterem a ordem. “Esses professores querem que
suas disciplinas sejam contabilizadas de maneira diferente. Na conta deles, 4
créditos seriam 6. Isso significa mais 'vermelhinhos' na Unila! Seria quase um
professor por curso (mais de 40)”. Ele também diz que os estudantes brasileiros
estariam sofrendo porque alguns professores protegeriam os alunos estrangeiros.
Na Unila, só a metade dos
docentes e alunos fala português, embora tudo por lá seja pago com impostos dos
brasileiros.
Mas o reitor da Unila, Josué
Subrinho, acha pouco. Para ele, as políticas assistencialistas atraem os
alunos. “Teria de... garantir mais recursos para nos adequarmos à necessidade
de acesso e permanência desses estudantes. Se não tivermos esses instrumentos,
eles não vão permanecer”, reclama o reitor.
Para um professor, o conselho
universitário da Unila é ilegal, pois não tem os 70% de docentes previstos em
lei. “Só 51% são docentes. Nas reuniões, alunos mandam o reitor ir para aquele
lugar, mandam professor calar a boca, gritam, etc.” Ele destaca que o
Ministério Público (MP) já interpelou a Unila sobre diversas irregularidades na
instituição. “Esperamos que o MP faça alguma coisa a respeito!”
A assessoria da universidade se
defende: ‘‘nosso objetivo é formar um ambiente multicultural e de livre debate
de ideias’’.
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