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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Unila: o desabafo dos professores


Santa Cruz do Monte Castelo, no Paraná, é a primeira cidade do Brasil a aprovar uma lei contra a doutrinação ideológica nas escolas. Mas Foz do Iguaçu caminha na contramão. Conheça a triste realidade da Unila na visão dos próprios professores.


O interesse político fica claro no projeto pedagógico da Unila. Lá, diz que a Filosofia deve “assumir uma função de comprometimento e liderança com a geopolítica da América Latina e Caribe”. O leitor mais atento percebe que o discurso e a área de abrangência são os mesmos do Foro de São Paulo.
Um professor que pediu para não ser identificado diz que todo aluno é obrigado a frequentar o ciclo comum de estudos. Nele, há 150 horas de Fundamentos de América Latina que aborda a Revolução Cubana, passa pela Investida Neoliberal na América Latina e chega até os Governos do Século XXI.
Porém, há outras matérias chamadas de doutrinação pelos professores: Teoria feminista e questão de gênero, Teologia da libertação, Luta pela reforma agrária e Pedagogia do oprimido, por exemplo. “Elas sobrecarregam alunos de exatas, pois esse conteúdo não está nas diretrizes curriculares (documento base para a criação de um curso)”, constata o docente.
Tão perverso quanto lobotomizar jovens incapazes de perceber que são massa de manobra é aliciar professores para essa missão. E quem não obedece, sofre na própria pele.


Um dos professores da Unila que não se enquadra na proposta ideológica da universidade desabafa: “nosso grupo é sério e não tem ‘vermelhinhos', por isso, somos massacrados!"
Ele diz estar “cansado de levar porrada” e acusa o grupo de docentes de Fundamentos da América Latina, ligados ao ex-presidente Lula, de subverterem a ordem. “Esses professores querem que suas disciplinas sejam contabilizadas de maneira diferente. Na conta deles, 4 créditos seriam 6. Isso significa mais 'vermelhinhos' na Unila! Seria quase um professor por curso (mais de 40)”. Ele também diz que os estudantes brasileiros estariam sofrendo porque alguns professores protegeriam os alunos estrangeiros.
Na Unila, só a metade dos docentes e alunos fala português, embora tudo por lá seja pago com impostos dos brasileiros.
Mas o reitor da Unila, Josué Subrinho, acha pouco. Para ele, as políticas assistencialistas atraem os alunos. “Teria de... garantir mais recursos para nos adequarmos à necessidade de acesso e permanência desses estudantes. Se não tivermos esses instrumentos, eles não vão permanecer”, reclama o reitor.


Para um professor, o conselho universitário da Unila é ilegal, pois não tem os 70% de docentes previstos em lei. “Só 51% são docentes. Nas reuniões, alunos mandam o reitor ir para aquele lugar, mandam professor calar a boca, gritam, etc.” Ele destaca que o Ministério Público (MP) já interpelou a Unila sobre diversas irregularidades na instituição. “Esperamos que o MP faça alguma coisa a respeito!”
A assessoria da universidade se defende: ‘‘nosso objetivo é formar um ambiente multicultural e de livre debate de ideias’’.

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