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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Falta mão de obra em Foz do Iguaçu

Há quem diga que o Brasil está em fase de crescimento, que a geração de emprego só aumenta. Isso é verdade? O trabalhador está preparado para o mercado de trabalho? A falta de mão de obra qualificada no Brasil é quase o dobro da média mundial, revela uma pesquisa da Manpower. Outro levantamento da Fundação Dom Cabral diz que 9 entre 10 empresas do país têm dificuldades em preencher vagas. Principalmente com profissionais capacitados.


A realidade em Foz do Iguaçu é a mesma do cenário nacional. Paulo Tremarin, que ocupa a Secretaria do Trabalho no município, afirma que há falta de mão de obra na cidade. “Nós temos indústrias distintas em funcionamento onde há um grande problema de mão de obra qualificada ou técnica. Seja na metalurgia, movelaria, gesso ou artefato de concretos.”
Tremarin lembra que o turnover é alto. “Temos uma rotatividade de colaboradores muito grande dentro das empresas. Talvez seja cultural, mas eles trabalham um período e deixam de trabalhar por algum motivo que a gente não tem diagnosticado. Isso demanda um gasto muito grande.” A rotatividade cresce num mercado de trabalho competitivo e com alta oferta. Fica mais desafiante para as empresas motivar e reter pessoal. 


Para o gerente comercial do CEBRAC, Thiago Grigato, esse quadro só muda com qualificação. E desde cedo é preciso se preparar: “Nossos cursos são focados totalmente para o mercado de trabalho. A gente trabalha com dinâmicas em sala. Um aluno meu vai ter que montar uma empresa e expor na Feira Nacional do Empreendedorismo. Ele deve fazer sempre mais. Não adianta simplesmente saber, tem que botar para fazer. Então, ele cria um público, discute a estratégia de marketing para a empresa dele. O curso é baseado na vivência”.
Grigato também acredita que falta mão de obra especializada na cidade, mas sugere que “as pessoas tem que investir nelas. Não adianta você simplesmente falar que tem um certificado. Hoje você precisa saber”. 


O panorama atual é um paradoxo. De um lado estão milhares de desempregados. Do outro, muitos empresários com vagas de trabalho que não são preenchidas por falta de qualificação.
Outro problema é a falta de interesse, notada principalmente entre os mais jovens, justamente os mais afetados pelo desemprego. Existem várias oportunidades para o cidadão se especializar. Há cursos gratuitos oferecidos pelo município com o Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense) e pelo governo federal, através do Pronatec. Basta querer.
Amanda Borges, assistente de Relações Públicas da agência de empregos Technos, ressalta uma característica importante da cidade. Ela acredita que “tem muitas vagas em hotéis. O que falta, na verdade, são pessoas com disponibilidade de horário. Porque hotel trabalha fim de semana, feriado, trabalha também por escala... Há pessoas que tem a preferência pra trabalhar em horário comercial, de segunda a sábado”.
Os iguaçuenses já sofreram com a forte repressão ao trabalho informal imposta desde 2002. O comércio entre Brasil e Paraguai arrefeceu e muitos postos de trabalho foram extintos na região. Por isso, o cidadão deve se especializar em alguma área de seu interesse e que haja disponibilidade para contratação. Nunca é tarde para se preparar. As oportunidades estão aí. E os mais qualificados têm mais chances de conquistá-las.

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