Há quem diga que o Brasil está
em fase de crescimento, que a geração de emprego só aumenta. Isso é verdade? O
trabalhador está preparado para o mercado de trabalho? A falta de mão de obra
qualificada no Brasil é quase o dobro da média mundial, revela uma pesquisa da
Manpower. Outro levantamento da Fundação Dom Cabral diz que 9 entre 10 empresas
do país têm dificuldades em preencher vagas. Principalmente com profissionais
capacitados.
A realidade em Foz do Iguaçu é
a mesma do cenário nacional. Paulo Tremarin, que ocupa a Secretaria do Trabalho
no município, afirma que há falta de mão de obra na cidade. “Nós temos
indústrias distintas em funcionamento onde há um grande problema de mão de obra
qualificada ou técnica. Seja na metalurgia, movelaria, gesso ou artefato de
concretos.”
Tremarin lembra que o turnover
é alto. “Temos uma rotatividade de colaboradores muito grande dentro das
empresas. Talvez seja cultural, mas eles trabalham um período e deixam de
trabalhar por algum motivo que a gente não tem diagnosticado. Isso demanda um
gasto muito grande.” A rotatividade cresce num mercado de trabalho competitivo
e com alta oferta. Fica mais desafiante para as empresas motivar e reter
pessoal.
Para o gerente comercial do
CEBRAC, Thiago Grigato, esse quadro só muda com qualificação. E desde cedo é
preciso se preparar: “Nossos cursos são focados totalmente para o mercado de
trabalho. A gente trabalha com dinâmicas em sala. Um aluno meu vai ter que
montar uma empresa e expor na Feira Nacional do Empreendedorismo. Ele deve
fazer sempre mais. Não adianta simplesmente saber, tem que botar para fazer.
Então, ele cria um público, discute a estratégia de marketing para a empresa
dele. O curso é baseado na vivência”.
Grigato também acredita que
falta mão de obra especializada na cidade, mas sugere que “as pessoas tem que
investir nelas. Não adianta você simplesmente falar que tem um certificado. Hoje
você precisa saber”.
O panorama atual é um paradoxo.
De um lado estão milhares de desempregados. Do outro, muitos empresários com
vagas de trabalho que não são preenchidas por falta de qualificação.
Outro problema é a falta de
interesse, notada principalmente entre os mais jovens, justamente os mais
afetados pelo desemprego. Existem várias oportunidades para o cidadão se
especializar. Há cursos gratuitos oferecidos pelo município com o Provopar
(Programa do Voluntariado Paranaense) e pelo governo federal, através do
Pronatec. Basta querer.
Amanda Borges, assistente de
Relações Públicas da agência de empregos Technos, ressalta uma característica
importante da cidade. Ela acredita que “tem muitas vagas em hotéis. O que
falta, na verdade, são pessoas com disponibilidade de horário. Porque hotel
trabalha fim de semana, feriado, trabalha também por escala... Há pessoas que
tem a preferência pra trabalhar em horário comercial, de segunda a sábado”.
Os iguaçuenses já sofreram com
a forte repressão ao trabalho informal imposta desde 2002. O comércio entre
Brasil e Paraguai arrefeceu e muitos postos de trabalho foram extintos na
região. Por isso, o cidadão deve se especializar em alguma área de seu
interesse e que haja disponibilidade para contratação. Nunca é tarde para se
preparar. As oportunidades estão aí. E os mais qualificados têm mais chances de
conquistá-las.
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