O dólar é a moeda que mais
influencia a vida de quem mora na tríplice fronteira. Sua cotação pode ajudar
ou atrapalhar os negócios em Foz do Iguaçu e região. Com a instabilidade
econômica brasileira, mais dólares saem do país e a moeda se torna mais escassa.
O dólar passou de R$ 2,25 a R$ 2,60 em apenas três meses. Veja agora como será
o comportamento do câmbio na opinião dos nossos entrevistados.
Nem todo mundo reclama da alta
do dólar. Kamal Osman, lojista e vice-presidente do Sindilojas (Sindicato
Patronal do Comércio Varejista de Foz do Iguaçu e região) diz que a cotação da
moeda americana em alta é benéfica aos lojistas locais. “O poder de compra dos
países vizinhos é fortalecido e eles compram mais na cidade. Ao contrário do
Paraguai. Por lá, quanto mais baixo estiver o dólar, mais eles vendem.’’ Ou
seja, com o Real desvalorizado, há maior chance de que os vizinhos comprem no
Brasil. Caso o dólar baixe, é a vez do produto estrangeiro ficar mais
acessível.
Ciudad del Este é dependente do
dólar na opinião de Antonio Marquezine, da casa de câmbio Valor S/A. “Dólar
alto, é cidade com pouco movimento. A mercadoria se torna cara e isso
influencia na relação comercial da fronteira. Por outro lado, se o 'comprista'
não vem e não traz o Real, falta essa moeda na praça e o giro cambial é menor.”
Para ele, o dólar comercial ficará entre R$ 2,50 e R$ 2,65 no ano que vem.
Valdir Toebe, da Mercosur
Câmbios, lança uma outra ideia favorável para quem trabalha no país vizinho:
“Para quem vive no Paraguai e tem o mercado em dólar investir em Foz do Iguaçu
ou em qualquer parte do Brasil é vantajoso”. Segundo Toebe, a oscilação cambial
não mexe muito no seu negócio. “Trabalho com spread (diferença entre o que se
paga na compra e o que se cobra na venda). Então, depende mais do meu estoque.
Mas, em geral, Ciudad del Este trabalha com mercadoria em dólar. Se a moeda
sobe, o movimento cai.”
Para o Brasil como um todo, a
alta do dólar favorece a exportação. Isso pode fortalecer a indústria e a
agropecuária, além de gerar mais emprego. Mas, os preços dos combustíveis,
eletrônicos e outros produtos importados ou com precificação internacional
sofrem rápida elevação.
A oscilação do dólar não é tão
relevante para o turismo de Foz do Iguaçu. Com a moeda em viés de alta, o que
muda é o tipo de turista que a cidade recebe. “Normalmente quando o dólar está
alto, há a expectativa de mais turistas estrangeiros. O brasileiro também faz
suas viagens no mercado interno, porque se ele viajar para o exterior vai
gastar muito”, afirma o gerente operacional do Hotel Rafain Centro, Marcos
Giaretta.
A previsão para 2015 é que
haverá mais oscilação no câmbio. Quem trabalha no setor, afirma que o mercado
continuará instável, o que prejudica toda a economia.
Promover a previsibilidade
econômica é uma dura tarefa para o novo Ministro da Fazenda. O câmbio atua
diretamente em diversos setores de consumo. Um dos entrevistados foi taxativo:
“Se o dólar não parar de subir, vem mais inflação por aí!”.
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