É muito comum o assalariado brasileiro
reclamar que o patrão paga pouco. Mas o que quase ninguém leva em conta é que
todo empregador tem um sócio implacável que lhe toma parte do lucro e até dos
salários pagos pela empresa: o governo.
A legislação nacional taxa os salários em
quase 100%. Isso se for considerado somente os encargos diretos que incidem sobre o
empregador e o empregado.
Sobre a folha de pagamento, o empregador
recolhe quase 40% de encargos previdenciários e contribuições. A sopa de
letrinhas é extensa (INSS, SENAI, SAT, INCRA e FGTS). E nem pense em demitir
alguém. Senão você pagará 10% sobre o saldo do FGTS, além da multa de 40% que
fica com o empregado. Some ainda 13º salário e incidência do INSS e FGTS sobre
1/3 de férias.
E coitado do seu empregado se for de classe
alta. O governo federal lhe tomará 27,5% através do imposto de renda retido na
fonte. Além disso, a contribuição para o INSS pode chegar a 11%.
Quem somar todos os percentuais expostos vai
chegar num número absurdo. Em alguns casos, o governo brasileiro onera os
salários em mais de 91%.
Isso sem levar em conta a famigerada
contribuição sindical que todo empregado é obrigado a pagar uma vez ao ano.
A conta então fica assim:
até 28,2% de contribuições ao INSS e
entidades
8% de FGTS
4% de FGTS/multas rescisórias
até 11,66% de provisão para o 13% salário
0,78% de FGTS/INSS/Entidades sobre 1/3 de
férias
até 27,5% de imposto de renda
até 11% de INSS.
A carga tributária brasileira é perversa.
Pune inclusive quem trabalha e precisa do seu salário para sobreviver.
Desonerar alguns segmentos da economia não
resolve o problema. Pelo contrário. Sempre que o governo federal isenta uma
determinada parcela da produção, acaba criando um novo imposto ou aumentando os
já existentes para não perder receita. Além disso, os outros setores econômicos
não beneficiados com a isenção sempre pagam o pato.
E o patrão continua sendo injustamente
acusado de ganancioso e oportunista. Quando, na verdade, é o governo quem leva
boa parte do seu salário sem bater o ponto na empresa.
O empregado esquece que ainda tem o reflexo
inflacionário que seu próprio salário impacta. Por exemplo, se o patrão
aumentar o salário de seu empregado em 10%, precisará subir também o preço dos
seus produtos ou serviços se não puder cortar mais custos ou reduzir seu lucro.
Esse quadro, em escala global, acaba elevando
os preços de forma generalizada e reduzindo o poder de compra dos salários já
reajustados.
Por isso a desoneração precisa ser ampliada.
É muito imposto sobre empregadores e assalariados e pouco serviço em troca.
Entre as grandes economias mundiais, o Brasil está entre as que mais cobra
impostos sobre salários. Mas é o que menos oferece serviços de qualidade para
os seus cidadãos.
A redução de encargos de forma generalizada amplia
o mercado de trabalho, qualifica salários, torna as empresas mais produtivas,
modernas e lucrativas e alavanca exportações. No fim das contas, o governo acaba
ganhando mais.
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