Páginas

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Governo onera salário em 91%

É muito comum o assalariado brasileiro reclamar que o patrão paga pouco. Mas o que quase ninguém leva em conta é que todo empregador tem um sócio implacável que lhe toma parte do lucro e até dos salários pagos pela empresa: o governo.
A legislação nacional taxa os salários em quase 100%. Isso se for considerado somente os encargos diretos que incidem sobre o empregador e o empregado.
Sobre a folha de pagamento, o empregador recolhe quase 40% de encargos previdenciários e contribuições. A sopa de letrinhas é extensa (INSS, SENAI, SAT, INCRA e FGTS). E nem pense em demitir alguém. Senão você pagará 10% sobre o saldo do FGTS, além da multa de 40% que fica com o empregado. Some ainda 13º salário e incidência do INSS e FGTS sobre 1/3 de férias.
E coitado do seu empregado se for de classe alta. O governo federal lhe tomará 27,5% através do imposto de renda retido na fonte. Além disso, a contribuição para o INSS pode chegar a 11%.
Quem somar todos os percentuais expostos vai chegar num número absurdo. Em alguns casos, o governo brasileiro onera os salários em mais de 91%.
Isso sem levar em conta a famigerada contribuição sindical que todo empregado é obrigado a pagar uma vez ao ano.
A conta então fica assim:
até 28,2% de contribuições ao INSS e entidades
8% de FGTS
4% de FGTS/multas rescisórias
até 11,66% de provisão para o 13% salário
0,78% de FGTS/INSS/Entidades sobre 1/3 de férias
até 27,5% de imposto de renda
até 11% de INSS.
 
A carga tributária brasileira é perversa. Pune inclusive quem trabalha e precisa do seu salário para sobreviver. 
 

 
Desonerar alguns segmentos da economia não resolve o problema. Pelo contrário. Sempre que o governo federal isenta uma determinada parcela da produção, acaba criando um novo imposto ou aumentando os já existentes para não perder receita. Além disso, os outros setores econômicos não beneficiados com a isenção sempre pagam o pato.
E o patrão continua sendo injustamente acusado de ganancioso e oportunista. Quando, na verdade, é o governo quem leva boa parte do seu salário sem bater o ponto na empresa.
O empregado esquece que ainda tem o reflexo inflacionário que seu próprio salário impacta. Por exemplo, se o patrão aumentar o salário de seu empregado em 10%, precisará subir também o preço dos seus produtos ou serviços se não puder cortar mais custos ou reduzir seu lucro.
Esse quadro, em escala global, acaba elevando os preços de forma generalizada e reduzindo o poder de compra dos salários já reajustados.
Por isso a desoneração precisa ser ampliada. É muito imposto sobre empregadores e assalariados e pouco serviço em troca. Entre as grandes economias mundiais, o Brasil está entre as que mais cobra impostos sobre salários. Mas é o que menos oferece serviços de qualidade para os seus cidadãos.
A redução de encargos de forma generalizada amplia o mercado de trabalho, qualifica salários, torna as empresas mais produtivas, modernas e lucrativas e alavanca exportações. No fim das contas, o governo acaba ganhando mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cinco dicas para um comentário responsável:
1. Não comente sem deixar o nome.
2. Não desvie o foco do assunto.
3. Não acuse ninguém daquilo que você é
4. Não utilize de linguagem grosseira.
5. Não escreva o que não pode provar
-------------
OBS: A moderação deletará comentários não aprovados.