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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Privatização ruim - Vagas públicas são cada vez mais rara na cidade

A privatização salvou o Brasil de um colapso estatal sem precedentes na década de 1990. Refiro-me à privatização saudável, aquela que proporcionou que hoje tivéssemos celulares de três chips, diversos planos de telefonia fixa para escolher, internet banda larga, opções de televisão por assinatura... só para ficar no setor de comunicações. Outro ponto positivo é que as privatizações livraram o país de diversas empresas públicas que não passavam de cabides de empregos ou veias abertas da corrupção na mão dos políticos.
Mas também existe a privatização ruim. Como a que aconteceu no setor de siderurgia na mesma época, os constantes lotes rodoviários entregue às concessionárias de pedágio e a que ocorreu há pouco com o pré-sal da Petrobras.
Entretanto, ainda há outra privatização corrente no país e em nossas cidades. A do espaço público.
Já alertei para os absurdos “vallets” que tomam vagas antes destinadas à sociedade para serem comercializadas por restaurantes e casas noturnas em Foz do Iguaçu.
E também sobre mendigos e marginais que disfarçados de flanelinhas ameaçam e achacam motoristas.
Agora, são empresas, edifícios e até moradores que usam cones (ou coisa pior) para obstruir vagas de estacionamento.
Na esquina da Rua Marechal Deodoro com a Quintino Bocaiúva a situação se tornou insustentável. Em pleno centro da cidade, à luz do dia e ao arrepio da lei um grupo de taxistas decidiu “privatizar” vagas de estacionamento. Contrataram um pintor para demarcar, no chão, mais vagas para seus carros.
Um pouco além, do outro lado da Quintino Bocaiúva, motoqueiros pintaram listras amarelas no chão e colocaram cones para estacionar motos com exclusividade.
Mais abaixo, uma churrascaria desde bem cedo impede que qualquer motorista estacione em suas vagas privatizadas separadas com cones.
Isso que o órgão municipal de fiscalização do trânsito, Foztrans, fica na mesma rua!
Alguns lojistas reclamarão que o uso de cones é a alternativa para preservar as vagas para seus clientes. Alguns moradores chiarão porque veículos pesados estacionam em frente às suas casas. Moto-taxistas e motoristas em geral alegarão que estão apenas trabalhando. Mas está errado. Ponto final.
Quando uma empresa ou residência abre mão do seu próprio espaço para destinar às vagas de automóvel, pode fazer o que bem entender com ele. Por exemplo, se um supermercado quiser cobrar pelo estacionamento, tudo bem. Se um condomínio decidir alugar suas vagas durante o dia para clientes externos, ok. Mas se cada um colocar um cone na frente da sua loja ou demarcar vagas públicas da rua onde mora como se fossem de sua propriedade, daqui a pouco não haverá mais espaço para estacionar em lugar nenhum.
A via pública é de todos e não pode, sob nenhuma alegação, ser privatizada.



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