Nunca
houve um momento na história republicana brasileira que os três estados do sul
do Brasil tivessem tão pouca representatividade no cenário político nacional.
Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) aponta que o sul do país é a
região mais desenvolvida da nação, na política não fazemos sombra nem a estados
nanicos.
Pense
bem. Se os principais candidatos a presidente da República não fossem dois
mineiros e um pernambucano, haveria a possibilidade de ser eleito alguém
oriundo de algum lugar abaixo do Trópico de Capricórnio? Não.
Mesmo
se Aécio Neves, Dilma Roussef e Eduardo Campos fossem impedidos de se
candidatar, ainda haveria muitos outros nomes na frente dos mais relevantes
políticos paranaenses, catarinenses e gaúchos.
Álvaro
Dias (PSDB/PR), em fim de carreira, almeja mais 8 anos bem vividos no senado.
Ana
Amélia Lemos (PP/RS), em início de carreira, ainda é desconhecida
nacionalmente.
De
Santa Catarina só se destacam “Idelis” que provocam arrepios.
Claro
que nos três estados há alguns nomes qualificados, políticos empenhados para
melhorar a vida do cidadão, mas nenhum conta com envergadura suficiente para
comandar uma transformação nacional.
Nessa
conta que não fecha, os estados mais desenvolvidos do país precisam ser
administrados pelos representantes daqueles lugares que não atingiram o mesmo
status na economia, longevidade e educação – itens avaliados pela Organização
das Nações Unidas para se medir o IDH.
Isso
é culpa do perverso pacto federativo em vigor. Como dinheiro público é um jogo
de soma zero, os populosos e pobres estados brasileiros próximos à Linha do
Equador sugam a riqueza e a representatividade política dos estados sulistas.
O
presidente da Câmara é um deputado do Rio Grande do Norte, 16º no ranking
brasileiro de IDH. Quem comanda o senado é de Alagoas, último colocado na mesma
lista.
A
solução é conscientizar a população do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul para inverter a lógica econômica que rege o país. Em 2012, foram
arrecadados em todos os estados da nação R$ 722 bilhões. Mas apenas R$ 250
bilhões retornaram às unidades da federação. Ou seja, a União ficou com quase
R$ 500 bilhões.
O
Rio Grande do Sul arrecadou mais de R$ 32 bilhões em impostos naquele ano. Mas
recebeu do governo federal apenas R$ 10 bilhões. No Paraná, a situação é ainda
pior. Apenas 27% dos impostos federais recolhidos no estado retorna à sua
população Em Santa Catarina, apenas ¼ do que é arrecadado pelos catarinenses
volta a seus cidadãos.
Os
estados e municípios precisam de mais autonomia. A revisão do pacto federativo
é urgente, pois enquanto os impostos são direcionados em sua maioria ao governo
federal, o sul do Brasil, ainda que pujante, continuará de pires na mão
mendigando trocados.
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