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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sul do Brasil está politicamente morto.

Nunca houve um momento na história republicana brasileira que os três estados do sul do Brasil tivessem tão pouca representatividade no cenário político nacional. Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) aponta que o sul do país é a região mais desenvolvida da nação, na política não fazemos sombra nem a estados nanicos.
Pense bem. Se os principais candidatos a presidente da República não fossem dois mineiros e um pernambucano, haveria a possibilidade de ser eleito alguém oriundo de algum lugar abaixo do Trópico de Capricórnio? Não.
Mesmo se Aécio Neves, Dilma Roussef e Eduardo Campos fossem impedidos de se candidatar, ainda haveria muitos outros nomes na frente dos mais relevantes políticos paranaenses, catarinenses e gaúchos.
Álvaro Dias (PSDB/PR), em fim de carreira, almeja mais 8 anos bem vividos no senado.
Ana Amélia Lemos (PP/RS), em início de carreira, ainda é desconhecida nacionalmente.
De Santa Catarina só se destacam “Idelis” que provocam arrepios.
Claro que nos três estados há alguns nomes qualificados, políticos empenhados para melhorar a vida do cidadão, mas nenhum conta com envergadura suficiente para comandar uma transformação nacional.
Nessa conta que não fecha, os estados mais desenvolvidos do país precisam ser administrados pelos representantes daqueles lugares que não atingiram o mesmo status na economia, longevidade e educação – itens avaliados pela Organização das Nações Unidas para se medir o IDH.
Isso é culpa do perverso pacto federativo em vigor. Como dinheiro público é um jogo de soma zero, os populosos e pobres estados brasileiros próximos à Linha do Equador sugam a riqueza e a representatividade política dos estados sulistas.
O presidente da Câmara é um deputado do Rio Grande do Norte, 16º no ranking brasileiro de IDH. Quem comanda o senado é de Alagoas, último colocado na mesma lista.
A solução é conscientizar a população do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para inverter a lógica econômica que rege o país. Em 2012, foram arrecadados em todos os estados da nação R$ 722 bilhões. Mas apenas R$ 250 bilhões retornaram às unidades da federação. Ou seja, a União ficou com quase R$ 500 bilhões.
O Rio Grande do Sul arrecadou mais de R$ 32 bilhões em impostos naquele ano. Mas recebeu do governo federal apenas R$ 10 bilhões. No Paraná, a situação é ainda pior. Apenas 27% dos impostos federais recolhidos no estado retorna à sua população Em Santa Catarina, apenas ¼ do que é arrecadado pelos catarinenses volta a seus cidadãos.
Os estados e municípios precisam de mais autonomia. A revisão do pacto federativo é urgente, pois enquanto os impostos são direcionados em sua maioria ao governo federal, o sul do Brasil, ainda que pujante, continuará de pires na mão mendigando trocados. 


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