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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Foz está preparada para mais 2 grandes shopping centers?

Foz do Iguaçu vive um momento histórico justamente no ano do seu centenário. Enquanto a forte repressão ao comprista esfria o comércio com o Paraguai, novos investimentos monumentais são anunciados. Bourbon Rio, Hampton, Ibis, Mabu Interludium e Porto Madero são alguns dos hotéis novos que a cidade ganhará até 2015. O comércio iguaçuense também contará com dois novos shopping centers de grande porte - Catuaí e Palladium - que somarão aproximadamente 500 novas lojas ao mercado local.
Mas a cidade tem condições de receber esses investimentos?
Para Roni Carlos Temp, presidente da Acifi (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu), as duas redes não investiriam em Foz do Iguaçu sem dados concretos que mostrassem como nosso mercado é promissor. ‘‘É preciso ver os shoppings como investimento regional. O crescimento do agronegócio no oeste paranaense e do Paraguai como um todo é benéfico para Foz,’’ destaca Temp.
Como empresário, dono de uma loja de rua que vende materiais elétricos, ele acredita que a concorrência é sempre salutar. Diante dessas novidades, o empreendedor da cidade que terá concorrentes dentro dos novos centros comerciais precisará se profissionalizar ainda mais para manter-se no mercado. “Mais do que nunca será necessário treinamento. Empresários acomodados sofrerão, mas isso é parte da globalização”, finaliza. Temp lembra do momento da inauguração do Shopping JL, há 7 anos. Na época, temia-se que a proximidade com o comércio de Ciudad del Este esvaziasse o novo centro comercial construído por um empresário de Cascavel. Hoje, percebe-se que há muito movimento no JL, principalmente na praça de alimentação.
Para Ivone Barofaldi, que acumula a vice-prefeitura e a Secretaria de Comércio, a cidade caminha para um grande desenvolvimento. Além dos shoppings, são esperadas 32 novas indústrias. Barofaldi, que também é lojista do ramo calçadista, defende que as cidades fronteiriças tracem o desenvolvimento de forma integrada e que a vinda dos novos shoppings fortalecerá o comércio local. ‘‘O Palladium trará lojas âncoras focadas em alimentação para concorrer com os restaurantes do Paraguai e da Argentina, principalmente. Enquanto a expectativa do Catuaí é atender aos paraguaios.’’
Segundo Barofaldi, os empresários que atualmente são proprietários de lojas de rua não ficarão desamparados. “Criou-se a Secretaria de Captação de Investimento e Inovação para trabalhar com o comércio local e evitar seu enfraquecimento com a chegada desses novos shoppings. Atualmente, o comércio de Foz é forte. Algumas lojas podem até ser chamadas de mini shoppings”.
Nas ruas, o que se vê é um mix de otimismo e incredulidade. A cidade é apenas a 530ª no ranking nacional de renda per capita. Possui um considerável mercado consumidor e soma mais de 260 mil habitantes, mas a população economicamente ativa não chega a metade disso. Mesmo com a alta informalidade, o desemprego salta aos olhos.
As dores do crescimento já foram fortemente sentidas em terras iguaçuenses, como na época da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com a ameaça do fim do turismo de compras na fronteira com o Paraguai, os empreendedores locais precisam reforçar ainda mais suas atuações. Um novo ciclo econômico se avizinha e o futuro ainda é incerto. Ao completar 100 anos de vida, Foz do Iguaçu tem uma grande prova de fogo pela frente: desenvolver-se a partir do seu próprio umbigo.
 
Nossa equipe tentou localizar por telefone e também por e-mail o presidente do Sindilojas, Carlos Nascimento, mas não obteve sucesso.

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