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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A primeira coisa que se tira do camarão é a cabeça.

Aliada do PT no Maranhão, Roseana Sarney chegou ao governo do estado após julgamento definido por Ricardo Lewandowski.

Camarão e cabeça. Nunca essas duas palavras foram tão importantes na vida do Maranhão. É que enquanto a sociedade assiste a um vídeo onde presos perdem a cabeça, a governadora do estado compra uma tonelada e meia de camarão.
Vamos aos fatos.
Nessa terça-feira, o jornal Folha de São Paulo publicou na sua página, na internet, um vídeo feito em dezembro num presídio maranhense. Gravado por um detento, o vídeo mostra três presidiários DECAPTADOS e com dezenas de ferimentos pelo corpo. Amontoados, os três jorram sangue que acumula numa poça vermelha. As cabeças postas à prêmio lembram as do bando de Lampião. São troféus. A cena é forte por todos os aspectos envolvidos. Da facilidade em se ter um celular dentro de um presídio à brutalidade humana levada às últimas consequências.
A reação do governo de Roseana Sarney (PMDB) foi culpar a imprensa pelo vídeo. Mais ou menos como aquela história do marido que chega em casa e flagra o amante da mulher atrás da cortina. Ele rapidamente toma uma atitude: manda retirar todas as cortinas da casa.
Lá em 2006. Roseana chegou ao cargo máximo do Maranhão mesmo depois de perder a eleição para Jackson Lago (PDT). O candidato, que contava com apoio de Geraldo Alckmin (PSDB), levou a disputa com 51,82% dos votos válidos. Mesmo assim, três anos depois, a filha do ex-presidente José Sarney (PMDB) foi elevada ao cargo de governadora por decisão judicial. O ministro Ricardo Lewandowski, que ficaria conhecido pela atuação na defesa dos direitos dos quadrilheiros no julgamento do Mensalão do PT, arquivou o pedido do então governador escolhido pelos votos dos eleitores maranhenses. Jackson Lago derrotou o clã Sarney nas urnas, mas não resistiu quando a querela foi parar no poder Judiciário em Brasília.
Voltando à 2014. Culpar a imprensa que divulgou o vídeo é estratégia do incompetente. No complexo de Pedrinhas, em São Luís/MA, mais de 60 presos foram mortos somente no ano passado. Ordens dadas de dentro do presídio provocaram ataques a ônibus no estado. O saldo até agora é de uma criança morta e mais 4 feridos. Os ônibus ficaram proibidos de circular e até os postos de gasolina não podem mais vender combustível em galões. Tudo para tentar evitar novos ataques.
O estado, que é o mais pobre do Brasil, não consegue evitar a escalada da violência. E diante de todo esse cenário de degradação, surge outro fato sem pé nem cabeça. Nessa quinta-feira vai ocorrer o primeiro leilão do ano para abastecer as geladeiras da governadora. Na lista de alimentos servidos no Palácio dos Leões, sede do governo Sarney, constam 80 quilos de lagosta fresca, 100 quilos de salmão e uma tonelada e meia de camarão. A conta: R$ 1 mi.

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