Jornalismo local ganha importância enquanto o jornalismo nacional busca frivolidade. |
Tenho acompanhado um movimento
interessante. Ao passo que o jornalismo local fica mais profissional e atuante,
os jornalistas da chamada "grande imprensa" cada vez mais caem em
descrédito.
Quando assisto a um jovem que se aprofunda num escândalo de corrupção estatal, quando leio uma matéria escrita por
alguém que parece mesmo só fazer isso da vida de tão bem feito, quando escuto
um comentário revelador que abre novos horizontes, enfim, quando o Jornalismo é
praticado com afinco, fico emocionado.
Mas tá russo de isso acontecer nos grandes
veículos brasileiros. Cada vez mais desonestidades boechatianas, sem gracismos
bonnerianos e futilidades bernardenses ganham espaço numa luta frenética pelo
buxixo (buzz).
E não é só na TV, na rádio ou no jornal, não.
É na internet que os mais famosos porta-vozes dos cidadãos se tornam ainda mais
rasos.
Já os locais, talvez por terem menos a
perder, buscam uma proximidade com assuntos relevantes do dia a dia e pintam
nosso cotidiano com cores reais. A greve do transporte público que deixa dona
Maria sem ter como ir ao trabalho, o sindicato que fecha a escola e abandona as
crianças à própria sorte, o prefeito que recebe verba da empresa de lixo onde
seu Joaquim é vigia... Essas pequenas coisas que são muito mais relevantes e
fazem a diferença em nossas vidas se tornam combustível para profissionais que
prezam seus diplomas e buscam fazer mais.
É esse o caminho, jornalistas! Deixem aos
consagrados o direito de passar vergonha em rede nacional seja lá por que razão
a modinha do momento impõe e busquem fazer o que de mais puro há nessa
profissão: o compromisso com a informação.
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