Desde que cheguei a Foz do Iguaçu sempre me incomodava a obsessão dos homens públicos do turismo local com a atração de estrangeiros. Parecia-me óbvio que o turismo regional estava em forte expansão e que seria mais fácil convidar um vizinho para conhecer nossa casa do que um camarada que está no outro lado do mapa mundi.
Mas a crise de 2009 chegou e finalmente os gestores do trade, como eles mesmos adoram ser chamados, finalmente deixaram de olhar o distante horizonte para focar um pouco de atenção no turista tupiniquim.
Os hotéis acabaram lotados em várias datas e mantiveram, dessa forma, um elevado percentual de ocupação durante todos os meses.
Políticos que não conseguem atrair um voo direto de Florianópolis tentam trazer um da Itália. |
A ideia de atrair outro voo internacional é válida, vai aproveitar o dólar a um passo dos R$ 4, mas antes é preciso atender ao consumidor local.
Se o sentimento verde e amarelo não foi suficiente para te convencer, vamos aos números.
A quantidade de turistas estrangeiros teve uma diminuição de 18,49% em 2014. No último gráfico disponibilizado na página da prefeitura iguaçuense, os italianos respondem por apenas 1,7% dos visitantes, enquanto os catarinenses somam 6,4%. É o quadruplo!
Esses números são do Parque Nacional do Iguaçu, visto que nos últimos 100 anos os mandatários da cidade não conseguiram estabelecer um índice mais confiável. É claro que muito mais gente visita o Paraguai através de Foz do Iguaçu do que as Cataratas. Mas por alguma razão que a própria razão desconhece isso não atrai a atenção de quem trabalha no turismo.
Quando sentam na mesma mesa para convencer o mandachuva da Alitalia a trazer pra cá um aeromobili igual ao do Papa o prefeito Reni Pereira (PSB), a vice-governadora Cida Borghetti (PROS), o secretário Eduardo Sciarra (PSD) e o superintendente de comunicação da Itaipu Gilmar Piolla (PT) você pode tentar imaginar qual o resultado sairá dessa iniciativa.
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