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Pesquisas indicam que desempenho cognitivo é afetado por quem usa muito o celular Foto: Lula Na Jaula |
Diversos estudos indicam que há uma correlação entre estímulos incessantes e coisas como reduzida capacidade de memória, dificuldade de filtrar informações irrelevantes, problemas de impulsividade e falta de empatia.
Ainda não está claro se a avalanche de mídias eletrônicas está causando esses problemas ou apenas os potencializa, mas os dados disponíveis até agora sugerem que mais cautela no uso desses dispositivos não faria mal, em especial por parte de pessoas cujo sistema nervoso ainda está em franco desenvolvimento (ou seja, crianças e adolescentes).
O grupo coordenado pelo psicólogo Anthony Wagner, da Universidade Stanford (EUA), foi um dos primeiros a analisar de forma quantitativa o desempenho cognitivo de jovens classificados como HMMs (intensos usuários multitarefa de mídias) e LMMs (usuários "leves").
Os 'usuários intensos', que poderíamos comparar a viciados em smartphone, saíram-se significativamente pior. No caso das letras e números, o curioso é que eles tinham mais dificuldade de alternar entre os dois tipos de estímulo, embora supostamente estivessem mais habituados a lidar com dois tipos de informação ao mesmo tempo.
Em outra pesquisa de Wagner, desta vez no periódico "Psychonomic Bulletin & Review", os pobres 'usuários intensos' também mostraram ter desempenho pior na chamada memória de trabalho (a que as pessoas usam para guardar por alguns instantes um número de telefone antes de discá-lo, por exemplo) – e, o que é mais preocupante, esse efeito parece se refletir na memória de longo prazo.
No que diz respeito à memória, resultados parecidos foram obtidos por Betsy Sparrow e colegas da Universidade Columbia (EUA) em artigo na revista "Science".
Os pesquisadores chegaram a usar o termo "efeito Google" porque as pessoas tinham mais dificuldade para recordar informações quando sabiam que elas estavam salvas no computador no qual participavam do estudo.
Um impacto possível dessa explosão a longo prazo seria a diminuição da criatividade humana, uma vez que o ócio cerebral –o descanso sem estímulos significativos – ajudaria a criar conexões entre temas díspares e a ter ideias inovadoras. Ribeiro é menos pessimista.
"Essa questão é uma faca de dois gumes. O computador e a internet aumentam imensamente o poder de criar, embora possam matar o devaneio do ócio. A variância está aumentando –vejo um futuro com mais gênios e mais idiotas. Depende do modo de usar a tecnologia."
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