Burocracia dificulta vendas em Ciudad del Este

SET impõe mais burocracia ao comércio do Paraguai

Quando os bancos brasileiros dominarem por completo o sistema financeiro paraguaio, o vizinho se tornará burocrático, lento e caro como o Brasil. Será o golpe de misericórdia que o nosso estatismo não conseguiu dar durante a Guerra do Paraguai, chamada por lá de Guerra da Tríplice Aliança.

Um dos principais atrativos da economia paraguaia é, ao lado de sua moeda estável, a facilidade de se fazer negócios. Sejam pequenas transações comerciais ou grandes investimentos, o Paraguai é notoriamente menos cartorial que o irmão gigante. E também por isso atrai muitos brasileiros ricos.

Só que esse quadro está mudando. Aos poucos, o Paraguai se torna um lugar comum. Onde burocratas do governo enriquecem, enquanto empreendedores se esfolam para garantir emprego e renda aos mais pobres que os mesmos burocratas juram defender.

Empresas paraguaias avisam clientes brasileiros sobre exigência

Desde 1º de abril, a Subsecretaria de Estado de Tributação (SET) emitiu a Resolución General N° 108/2017. Nela, há uma série de obrigações para os comerciantes que vendem produtos para turistas. Uma delas, de acordo com um lojista de Ciudad del Este, é a exigência de documentação do comprador.

Para quem trabalha na fronteira com o Brasil, a regra preocupa. “Isso é coisa de banco com governo. A lei aumenta o tempo gasto na venda, eleva custo com funcionários para uma função burocrática e nosso preço sobe também. É ruim pra todo mundo!”, reclama um empresário do setor de eletrônicos.

Após a nova determinação, é obrigatório anexar cópias da identidade do comprador estrangeiro ao arquivo que se disponibiliza ao governo. Com mais essa dificuldade, a torcida é para que os turistas não abandonem as compras na fronteira. E para que o governo paraguaio desista de acabar com o único oásis na região que não é totalmente infectado pelo vírus da burocracia e do sufocamento tributário das empresas.