Páginas

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Jornalistas que fazem do seu ofício militância.


Propaganda da Folha com Hitler. Quando juntar jornalismo com publicidade é bom.
Uma das propagandas mais geniais sobre veículos de comunicação era da Folha de S. Paulo. A imagem saía da retícula de uma foto e se afastava em zoom out até aparecer o personagem abordado. Enquanto isso, o texto cantava maravilhas daquela pessoa. Fatos históricos. Tudo realidade. No fim, era revelado algum belzebu como Hitler, por exemplo. O slogan era mais ou menos “Dá pra contar um monte de mentiras, dizendo apenas a verdade. Folha. O jornal que mais se compra e o que menos se vende.”
O bom jornalista faz a publicidade ser mais factível. O bom publicitário ajuda a vender mais jornal. Esse casamento publicitário + jornalista tem tudo para ser brilhante. A dedicação ao modo de contar histórias é equivalente. Mas, lá no fim dessa conta, o publicitário convence e o jornalista informa. Qualquer coisa diferente disso dá zebra.
Na imprensa brasileira, é raro encontrar jornalistas comprometidos com a verdade. Que não se veem obrigados a repetir slogans dos patrocinadores, na maior parte estatais.
Mas essa cara de pausisse não é exclusividade tupiniquim. Lá fora também é comum jornalista passar informe governamental (ou da oposição) travestido de informação.
Nessa semana, o caso de uma jovem “criou polêmica nas redes sociais”, só pra ficar na frase-preguiça do momento. Uma menina palestina chorou após ser informada pela manda-chuva alemã, Angela Merkel, que seria deportada.
Na BBC Brasil, houve convulsão. Eles adoram taxar palestinos como vítimas perseguidas pelos judeus malvadões de Israel. E os alemães, como aqueles perversos que tem a economia mais estável da Europa mesmo depois de ter o país destruído duas vezes pela guerra. Justamente agora que o Brasil é invadido por imigrantes ilegais haitianos, sul-americanos e africanos (claro que nenhum deles vai trabalhar como jornalista na BBC), enquanto os próprios brasileiros perdem o emprego e parte de seus direitos trabalhistas. Imagina que prato cheio para determinado tipo de jornalista!
Merkel e jovem palestina. Como os veículos de comunicação mentem dizendo apenas a verdade.
Quem acessou o site da DW no fim de semana percebeu que a história da jovem imigrante não era tão novela mexicana assim. Ela mesma compreendeu como justa a resposta da chanceler alemã. Já na BBC, mesmo 11 horas depois do “desmentido”, Merkel ainda era colocada como vilã por ter feito uma menininha “ir do sorriso às lágrimas”. Isso se o erro na grafia de um dos mais importantes países do globo, logo na manchete, não fosse suficiente. É que, geralmente, a idiotização ideológica vem acompanhada de incompetência adquirida. É um combo. Mais ou menos como uísque falsificado e ressaca.
Nos próximos dias, acompanharemos o linchamento público de Eduardo Cunha (PMDB). Ele diz que foi para a oposição ao governo Dilma (PT) e isso fará dele a Merkel de Brasília. Fará chorar as garotinhas dos blogs financiados com dinheiro público. E mais estridente ainda será o berreiro das as agências de publicidade com contas do governo. Some ainda os milhares de comissionados em cargos na esfera federal, os artistas engajados, mais os idiotas-úteis de sempre. Eles não deixarão barato.

A lição que fica aos receptores dessas mensagens é clara: busque outras fontes de informação. Porque tem muita gente por aí misturando jornalismo com propaganda político-ideológica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cinco dicas para um comentário responsável:
1. Não comente sem deixar o nome.
2. Não desvie o foco do assunto.
3. Não acuse ninguém daquilo que você é
4. Não utilize de linguagem grosseira.
5. Não escreva o que não pode provar
-------------
OBS: A moderação deletará comentários não aprovados.