Páginas

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Brasil exportará menos para a Argentina

Queda na venda de calçados será de 30% este ano

Amizade entre Cristina e Dilma não ajuda indústria brasileira

Unidas pelos ideais do Foro de São Paulo, as presidentes de Argentina e Brasil estão menos interessadas em estimular trocas comerciais entre os países que comandam do que em ganhar votos.

Dilma já elogiou publicamente o "legado" dos Kirchner, que dominam o país vizinho há mais de uma década. Enquanto Cristina foi mais explícita em sua felicitação pela vitória da petista. Quando as urnas eletrônicas anunciaram a reeleição de Dilma em outubro, a presidente da Argentina disse que foi “um passo importante para a consolidação da Pátria Grande”, eufemismo dado a esta integração dos país com regimes socialistas e comunistas da América Latina. “Esta nova vitória é mais um passo no sentido de reforçar o nosso grande país sul-americano, que tem dedicado muito esforço de nossas funções do governo”, diz a nota de Cristina.

Quem não está gostando nada desse dramalhão latino-americano são os industriais e os milhões de empregados do setor calçadista no Brasil. Apenas os Estados Unidos compram mais calçados brasileiros que a Argentina. Mas, em 2014, o saldo das transações com o país de Cristina vai recuar bastante. Representantes da indústria calçadista preveem que as vendas à Argentina alcancem 85 milhões de dólares em 2014. No ano passado, os argentinos compraram muito mais: 121 milhões de dólares.

E a crise argentina não é desculpa. Assim como em diversos outros setores da economia, o país vizinho abandona o parceiro de Mercosul para comprar produtos asiáticos. Esse ano, a importação de calçados da China e Vietnam vai crescer 9,76% naquele país.

A indústria nacional pede ao governo federal que interceda junto aos seus pares argentinos. O país vizinho impõe uma série de restrições ao calçado brasileiro. É um tipo de produto perecível, pois a moda determina qual sapato será consumido naquela estação. Se demorar para chegar as lojas, perde atratividade. Há três meses, havia 6 milhões de dólares em calçados brasileiros retidos na Alfândega argentina esperando liberação.

Parece que a amizade entre as duas presidentes não vai tirar essa pedra no sapato da indústria nacional.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cinco dicas para um comentário responsável:
1. Não comente sem deixar o nome.
2. Não desvie o foco do assunto.
3. Não acuse ninguém daquilo que você é
4. Não utilize de linguagem grosseira.
5. Não escreva o que não pode provar
-------------
OBS: A moderação deletará comentários não aprovados.