A livre iniciativa virou um pecado mortal no país das bolsas. |
Na semana passada, o Procon do Rio de Janeiro
retirou do mercado uma marca de ovos de Páscoa. Chocolate envenenado? Trabalho
escravo na fábrica? Coelho de verdade sendo obrigado a por ovos? Nada disso!
A alegação do órgão de defesa do consumidor é que a frase “personalize a embalagem
com adesivos e sacaneie seu amigo” seria um incentivo ao bullying, a
discriminação entre crianças que existe desde os filhos de Adão. Os ovos de
chocolate traziam adesivos com as expressões “morto de fome”, “nerd” e
“nervosinho”.
Atitudes como essa reforçam a impressão que não
somos capazes de tomar nossas próprias decisões. O Estado-Babá surge da ideia
que o governo tem o poder de decidir seu futuro, pois o cidadão não tem
condições de escolher o que é melhor para si e para seus dependentes. O termo
ganhou o mundo em 1997 com o livro “Nanny State”, de David Harsanyi.
O autor cita leis
americanas que determinam até a quantidade de ração que deve ser dada
diariamente aos animais de estimação. E como no Brasil adoramos copiar tudo de ruim que
existe em outros países, importamos essa ambição estatal em se meter nos
pormenores de nossa vida individual.
Desde a adoção da obrigatoriedade do voto, até a
exigência do uso do cinto de segurança. O Estado-Babá está sempre presente,
ditando como você deve se comportar. São
pequenas intervenções que vêm com um fundo de zelo pelo cidadão mas, na
verdade, são sérias maneiras de infantilizar a população e torná-la cada vez
mais dependente do Estado.
Quando se trata da moral e dos bons costumes, os
governantes são implacáveis na defesa de privilégios para determinadas
minorias. O recado é que a sociedade não consegue viver em harmonia. E que seus
semelhantes, desde que ocupem cargos públicos, são iluminados para elencar o
que é mais importante, viável e seguro para suas vidas.
No dia 1º de abril os jornais traziam uma notícia
que parecia mentira. Uma mãe foi obrigada pela justiça a fazer uma cesariana
quando desejava ter parto normal. Veja bem! Médico, promotor e juiz se uniram
num complô contra a decisão individual de uma gestante. Ela foi arrancada de sua residência e escoltada por policiais até o hospital para a retirada do bebê contra a
sua vontade. “Se fosse parto normal, eu
já estaria em casa, porque tenho outra bebê, e o leite teria descido. O leite
não desceu até agora, porque no parto cesárea isso demora mais",
indignou-se a mãe.
Outra
forma do Estado colocar as garras na sua vida é o paternalismo. A ação social
que distribui "bolsas-esmola" em troca de votos desestimula a livre iniciativa e
o desejo desenvolvimentista que cada um tem dentro de si. Além de que enquanto
alguém recebe algum benefício sem necessariamente trabalhar, significa
que outra pessoa está ralando em dobro ou mais para sustentar esse auxílio. No
Brasil, há uma proliferação de bolsas de toda ordem. Ao invés de incentivar as
pessoas a buscar um trabalho digno, o governo federal fomenta a pobreza e a
preguiça.
A
maximização do Estado é perversa, pois retira do cidadão o direito de escolha.
E a razão do Estado existir é justamente servir à intenção do cidadão e não
fazê-lo seu bebê. E só quem tem filho sabe o quão custoso em todos os sentidos é um bebê que chora a
toda hora para conseguir tudo o que deseja.
Em alguns momentos a
vida em sociedade já anda chata demais com leis demais e autoridades demais. E
o que vemos em contrapartida é um população que não liga nem para leis, nem
para autoridades. Só para a chatice mesmo. Então não há razão de se meter em
tudo que tange a vida individual de cada cidadão. Afinal, desde quando um burocrata que
nunca vi na vida sabe qual ovo de páscoa meu filho deve consumir?
http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2012/01/19/interna_nacional,273225/menores-infratores-ganham-direito-a-visita-intima-em-unidades-de-internacao.shtml
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