Protesto em Caracas, Venezuela. Milhões nas ruas clamando por liberdade e pela saída do presidente socialista. (Foto: The Associated Press) |
Alianças entre países visam a valorizar suas instituições,
promover o crescimento comum, defender-se de blocos estrangeiros e também
salvaguardar seus cidadãos.
Mas não é assim que funciona no Mercosul. Porque o Mercosul
simplesmente não funciona. Quando meu conterrâneo Dirceu Carneiro (PSDB) era um
entusiasta da proposta no senado, há 30 anos (a Ata do Iguaçu foi assinada em
1985 e já previa até um parlamento comum), imaginava-se que transitaríamos
entre os vizinhos sem burocracia, compraríamos e venderíamos sem impostos e
teríamos as liberdades individuais somadas, nunca divididas.
O Mercosul naufragou nesse propósito. Aliás, nem como
mercado comum serve. Já relatei em empresariALL que o Paraguai exportou mais
aos países do bloco quando estava suspenso do que quando era membro efetivo.
As barreiras impostas principalmente por argentinos provam
que o Mercosul é uma fraude. Porém, é o ingresso de novos países no bloco que
traz à tona a face mais cruel desse acordo.
A Venezuela foi incluída ilegalmente no Mercosul em 2012. Mesmo
sem a anuência da totalidade dos Estados Partes fundadores, conforme prevê seu
regimento. Apenas no fim do ano passado o senado paraguaio, enfim, aprovou a
entrada dos venezuelanos.
Brasileiros, argentinos, paraguaios, uruguaios, venezuelanos,
bolivianos (em processo de adesão) e os associados chilenos, colombianos,
equatorianos e peruanos deveriam formam um só povo. Mesmo que o tratado seja
meramente econômico, é evidente que se há uma disposição institucional de um
governo contra seus habitantes a economia será duramente afetada e, de forma
epidêmica, os danos econômicos se espalharão por todas as outras nações do
bloco.
Nesse momento, o país de Nicolás Maduro enfrenta uma grave
crise institucional. Milhões de pessoas protestam nas ruas clamando por
liberdade. São recebidas à bala por tropas e guerrilhas governistas. É uma
guerra não-declarada.
O prefeito de Caracas, a principal cidade venezuelana, fez
vários apelos à presidente Dilma Rousseff (PT) para que intercedesse junto ao Maduro
para que a violência da polícia nacional cessasse. Até o momento, 16
venezuelanos já morreram no conflito. Enquanto você lê esse texto, outros podem
ter sua vida ceifada em nome da manutenção do regime socialista no poder.
E o que as autoridades dos países do Mercosul fazem?
Defendem a proto-ditadura imposta na Venezuela sob um falso discurso
democrático. Mesmo que DE-ZES-SEIS pessoas já tenham morrido!
Podem rasgar o tratado do Mercosul. Se não serve para
preservar a vida dos habitantes do bloco, ele não vale nada.
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