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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Rasguem o tratado do Mercosul. Ele não vale nada!


Protesto em Caracas, Venezuela. Milhões nas ruas clamando por liberdade e pela saída do presidente socialista. (Foto: The Associated Press)
 
Alianças entre países visam a valorizar suas instituições, promover o crescimento comum, defender-se de blocos estrangeiros e também salvaguardar seus cidadãos.

Mas não é assim que funciona no Mercosul. Porque o Mercosul simplesmente não funciona. Quando meu conterrâneo Dirceu Carneiro (PSDB) era um entusiasta da proposta no senado, há 30 anos (a Ata do Iguaçu foi assinada em 1985 e já previa até um parlamento comum), imaginava-se que transitaríamos entre os vizinhos sem burocracia, compraríamos e venderíamos sem impostos e teríamos as liberdades individuais somadas, nunca divididas.

O Mercosul naufragou nesse propósito. Aliás, nem como mercado comum serve. Já relatei em empresariALL que o Paraguai exportou mais aos países do bloco quando estava suspenso do que quando era membro efetivo.

As barreiras impostas principalmente por argentinos provam que o Mercosul é uma fraude. Porém, é o ingresso de novos países no bloco que traz à tona a face mais cruel desse acordo.

A Venezuela foi incluída ilegalmente no Mercosul em 2012. Mesmo sem a anuência da totalidade dos Estados Partes fundadores, conforme prevê seu regimento. Apenas no fim do ano passado o senado paraguaio, enfim, aprovou a entrada dos venezuelanos.

Brasileiros, argentinos, paraguaios, uruguaios, venezuelanos, bolivianos (em processo de adesão) e os associados chilenos, colombianos, equatorianos e peruanos deveriam formam um só povo. Mesmo que o tratado seja meramente econômico, é evidente que se há uma disposição institucional de um governo contra seus habitantes a economia será duramente afetada e, de forma epidêmica, os danos econômicos se espalharão por todas as outras nações do bloco.

Nesse momento, o país de Nicolás Maduro enfrenta uma grave crise institucional. Milhões de pessoas protestam nas ruas clamando por liberdade. São recebidas à bala por tropas e guerrilhas governistas. É uma guerra não-declarada.

O prefeito de Caracas, a principal cidade venezuelana, fez vários apelos à presidente Dilma Rousseff (PT) para que intercedesse junto ao Maduro para que a violência da polícia nacional cessasse. Até o momento, 16 venezuelanos já morreram no conflito. Enquanto você lê esse texto, outros podem ter sua vida ceifada em nome da manutenção do regime socialista no poder.

E o que as autoridades dos países do Mercosul fazem? Defendem a proto-ditadura imposta na Venezuela sob um falso discurso democrático. Mesmo que DE-ZES-SEIS pessoas já tenham morrido!

Podem rasgar o tratado do Mercosul. Se não serve para preservar a vida dos habitantes do bloco, ele não vale nada.

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