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| Alunos protestam contra as más condições em universidade federal |
É que na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) não há refrigeração nas salas. E os alunos e professores são obrigados a discorrer sobre o conteúdo programático debaixo de um calor que só o interior baiano é capaz de oferecer.
Não faltam apenas ventiladores ou ar-condicionado na Universidade. Falta tudo.
A infraestrutura da instituição é precária. Como o ensino.
A UFRB foi criada em 2005 e inaugurada de modo atabalhoado as vésperas da eleição para governador e presidente um ano depois.
Aí começa o calvário desses alunos. Muitas universidades foram inauguradas nesse período no Brasil para atender ao anseio da classe média baixa de ter um diploma mesmo que não se qualifique para estudar numa tradicional universidade.
Na esteira dessas inaugurações estão 13 instituições federais com qualidade, no mínimo, discutível. Inclusive a Unila, de Foz do Iguaçu, um marco do fracasso dessa política que nada produz de importante para o país. A Universidade Federal Rural de Pernambuco, por exemplo, está abandonada.
Voltemos ao calor humano baiano.
Uma olhadinha na prefeitura de Santo Antônio de Jesus mostra que os alunos e professores estão em maus lençóis. Não há como defende-los o prefeito do PDT, pois é da base aliada do governo federal. E o panorama do município que tem dois nomes santos é infernal. Na eleição, o atual mandatário derrotou adversários filiados aos partidos que estão entre os mais ineficientes do Brasil: PSB, PT e PSOL.
Sem oposição na cidade, a capital do estado também joga junto com a administração Dilma. O governador eleito no ano de inauguração da UFRB foi reeleito quatro anos depois. Mesmo sendo do PT não conseguiu instalar um ventilador sequer na universidade nesses sete anos de governo.
Vamos à Brasília então. Mas aí a coisa fica pior. O ministro da educação desde 2005 era o petista Fernando Haddad (aquele que quis elevar o IPTU aos céus em São Paulo) que no ano passado passou o bastão para o colega de partido Aloísio Mercadante para se candidatar à prefeitura da maior cidade do país.
Conforme visto, a conjuntura política-partidária não ajuda. E, pelo andar da carruagem, a temperatura nas salas de aula baianas continuará subindo ao mesmo tempo que despenca a qualidade do ensino.
Afinal, para o PT, basta o diplomado aparecer na propaganda. Se for sem roupa, então, chama ainda mais atenção.
Em tempo: No mesmo dia que os alunos fizeram o protesto para chamar a atenção acerca da precariedade da universidade, estava programada a solenidade de implantação do curso de MEDICINA. O evento foi cancelado porque o ministro da Saúde não pode comparecer. Estava inaugurando um hospital no estado de São Paulo, onde vai ser candidato a governador.
Foto: Voz da Bahia
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